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ALINE BORGES

Atriz da novela Pantanal rezou para não ter que aceitar convite da Record

Imagem com foto da atriz Aline Borges
Aline Borges recebeu proposta da Record para participar do Power Couple Brasil (foto: Globo/João Miguel Júnior)

Intérprete de Zuleica no remake da novela Pantanal, a atriz Aline Borges passou por dificuldades financeiras e quase aceitou um convite da Record para participar do reality show Power Couple Brasil por um cachê de R$ 80 mil. A atriz contou em entrevista que recebeu a proposta pouco antes da crise sanitária causada pelo vírus da infecção respiratória, mas recusou integrar o elenco da atração da emissora do bispo Edir Macedo após ser escalada para um filme. Ela é casada com o também ator Alex Nader.

“Estávamos numa situação muito complicada. O dinheiro estava praticamente no fim quando recebemos esse convite. Não que eu tenha nada contra quem participa, mas era algo totalmente diferente dos nossos objetivos. A gente acabou decidindo que, se em uma semana não aparecesse nada, a gente aceitaria. Que se dane o que fossem pensar. Nos ajoelhamos e rezamos para aparecer algo. Acabou que, em poucos dias, fomos escalados para o filme Alemão 2”, contou a famosa em entrevista para a coluna da jornalista Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

A situação de Aline melhorou após ela ser escalada para a novela adaptada por Bruno Luperi. Na história, ela vive a segunda mulher de Tenório (Murilo Benício). “A Zuleica é uma mulher forte e independente. Essa chegada ao Pantanal fez com que ela se recolhesse e se tornasse submissa ao marido. Ela vai precisar passar por todo esse processo para renascer e se encontrar novamente. Estou muito feliz de dar vida a uma personagem que traz tantas questões para serem refletidas. Ainda mais por estar cercada por atores tão geniais, como o Murilo e os outros mais jovens, que também são incríveis”, contou ela.

A atriz ainda comentou sobre a abordagem do racismo na novela Pantanal. “O Bruno [Luperi] resolveu trazer essa discussão tão pertinente e atual para a trama. Desde o início, ele quis a participação e a opinião do nosso núcleo em todas as sequências sobre o tema. Temos um grupo no WhatsApp com ele e, durante a novela, trocamos muitas ideias. Ele sempre foi muito aberto às nossas ponderações. Eu nunca tinha tido uma experiência assim na minha carreira”, elogiou.

“Eu demorei a me aceitar como uma mulher preta. E eu sou irmã gêmea de um homem preto retinto. Durante muito tempo, entre a infância e a adolescência, eu reneguei e tinha vergonha dele. Ele sempre era o alvo de brincadeiras racistas por onde fôssemos. Também na juventude eu tinha vergonha do meu nariz e cheguei a pensar em operar, algo de que eu teria me arrependido profundamente. Por isso, acho tão importante falar sobre o racismo e também empoderar profissionais pretos, para que outras pessoas olhem e se sintam representadas”, concluiu Aline Borges.

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